segunda-feira, 21 de agosto de 2017

MACULELÊ


Maculelê é um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena.
O maculelê em sua origem era uma arte marcial armada, mas atualmente é uma forma de dança que simula uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Esta dança é muito associada a outras manifestações culturais brasileiras como a Capoeira e o frevo.
A verdadeira origem do maculelê é desconhecida, existindo diversas lendas a seu respeito. Estas lendas, naturalmente, vieram da tradição oral característica às culturas afro-brasileira e indígena da época do Brasil Colônia e inevitavelmente sofreram alterações ao longo do tempo.
Em uma delas conta-se que Maculelê era um negro fugido que tinha doença de pele. Ele foi acolhido por uma tribo indígena e cuidado pelos mesmos, mas ainda assim não podia realizar todas as atividades com o grupo, por não ser um índio. Certa vez Maculelê foi deixado sozinho na aldeia, quando toda a tribo saiu para caçar. Eis que uma tribo rival aparece para dominar o local. Maculelê, usando dois bastões, lutou sozinho contra o grupo rival e, heroicamente, venceu a disputa. Desde então passou a ser considerado um herói na tribo.
Outra lenda fala do guerreiro indígena Maculelê, um índio preguiçoso e que não fazia nada certo; por esta razão, os demais homens da tribo saíam em busca de alimento e deixavam-no na tribo com as mulheres, os idosos e as crianças. Uma tribo rival ataca, aproveitando-se da ausência dos caçadores. Para defender a sua tribo, Maculelê, armado apenas com dois bastões já que os demais índios da sua tribo haviam levado todas as armas para caçar, enfrenta e mata os invasores da tribo inimiga, morrendo pelas feridas do combate. Maculelê passa a ser o herói da tribo e sua técnica reverenciada.
Existem diferentes versões para cada lenda, mas a maioria mantém como base o ataque rival, a resistência solitária e a improvisação dos dois bastões como arma. O maculelê atual, usando a dança com bastões, simboliza a luta de Maculelê contra os guerreiros rivais.
Estudos desenvolvidos por Manoel Querino (1851-1923) apontam indicações de que o maculelê poderia ser um fragmento do Cucumbi, apesar das notáveis diferenças.
O maculelê é uma dança que pode envolver mulheres e homens.


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

MESTRE BURGUÊS



Antonio Carlos de Menezes, nasceu em Laranjeiras - Sergipe, e com 3 meses de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Teve o seu primeiro contato com a capoeira aos doze anos de idade, quando cursava a 6ª série no colégio Evangélico em Ramos ao lado da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. Jogava muita bola por ali, e havia um capoeirista chamado China, que sempre encrencava, e batia em todos. Então, um dia, resolveu treinar capoeira, para não apanhar mais do China, e de mais ninguém.
Mestre Burguês
O primeiro mestre, foi um exemplar do livro Capoeira sem Mestre, comprado pelo amigo Nelson, e juntos começaram a treinar os primeiros movimentos, no morro do Alemão ( Ramos - RJ ), local onde Nelson morava. Passado algum tempo, tomaram o gosto pela arte, e começaram a assistir as rodas do mestre Mintirinha, logo de início identificaram-se com o estilo de luta de seu irmão, Paulão, que iniciava suas aulas com o mestre Silas no clube do Bolinha.
Como não tinham dinheiro para pagar a academia, juntaram cobre, chumbo, garrafas velhas, jornal, e venderam, conseguindo juntar dinheiro suficiente para pagar 3 meses de aula antecipados. Como isso era raro na época, Paulão e Silas pensaram que os meninos eram ricos dando assim o apelido de Conde e Burguês.
Mais tarde, o amigo Conde acabou afastando-se da capoeira.
Mestre Burguês, depois de passar por muitas dificuldades, como frio, fome, dificuldades financeiras, preconceito e discriminação, conseguiu superar vários obstáculos e aos poucos instalar e fixar o Grupo Muzenza no sul do Brasil.
Fundou a Federação Paranaense de Capoeira em 1985, foi um dos fundadores da Confederação Brasileira de Capoeira em 1992, fundou e é o presidente da Superliga Brasileira de Capoeira em 1998, publicou o livro O estudo da Capoeira, em 1978; publicou o livro Cânticos da Capoeira em 1982. Tem 20 CDs de capoeira editados, sendo um deles gravado no Canadá. Em 1995, criou um jornal com a finalidade de resgatar a tradição da capoeira e ajudar todos os capoeiristas, e ministrou cursos em mais de 25 países.

A LENDA DOS ORIXÁS

Um balalaô me contou:
"Antigamente, os orixás eram homens.
Homens que se tomaram orixás por causa de seus poderes.
Homens que se tomaram orixás por causa de sua sabedoria.
Eles eram respeitados por causa da sua força
Eles eram venerados por causa de suas virtudes.
Nós adoramos sua memória e os altos feitos que realizaram.
Foi assim que estes homens se tomaram orixás.
Os homens eram numerosos sobre a terra.
Antigamente, como hoje,
muitos deles não eram valentes nem sábios.
A memória destes não se perpetuou.
Eles foram completamente esquecidos.
Não se tomaram orixás.
Em cada vila um culto se estabeleceu
sobre a lembrança de um ancestral de prestígio
e lendas foram transmitidas de geração em geração
para render-lhes homenagem."

Mestre Traira - José Ramos do Nascimento


Capoeira de fama na Bahia, marcou época e ganhou notabilidade ímpar na arte das Rasteiras e Cabeçadas. No disco fonográfico, produzido pela Editora Xauã, intitulado "Capoeira" - hoje uma das raridades mais preciosas para os estudiosos e adeptos desta Arte - tem presença marcante envolvendo a todos os ouvintes. Sobre a beleza e periculosidade do seu jogo, assim se referiu Jorge Amado: "Traíra, um caboco seco e de pouco falar, feito de músculos, grande mestre de capoeira. 

Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético. Parece bailarino e só mesmo Pastinha pode competir com ele na beleza dos movimentos, na agilidade, na rigidez dos golpes. Quando Traíra não se encontrar na Escola de Waldemar, está ali por perto, na Escola de Sete Molas, também na Liberdade". Mestre Traíra também teve importante participação no filme "Vadiação", de Alexandre Robatto Filho, produzido em 1954, junto aos outros grandes capoeiristas baianos como Curió, Nagé, Bimba, Waldemar, Caiçara, Crispim e outros."

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Cinézio Feliciano Peçanha "Mestre Cobra Mansa"

Um dos fundadores da Fundação Internacional de Capoeira de Angola (FICA), com sedes em diversos países da Europa, Américas e Ásia (www.capoeira-angola.org). Mestre Cobra Mansa é bem conhecido na capoeira mundial. Começou na capoeira em 1973 junto com Mestre Josias da Silva e Raimundo no Rio de Janeiro, mais precisamente em Duque de Caxias. Jogou capoeira em rodas de Duque Caxias com os mestres Russo e Peixinho de Caxias. Em 1974 Cobra Mansa começou estudos em capoeira com o Mestre Moraes sempre na modalidade Angola. Antes de dedicar sua vida à Capoeira de Angola, Cobra Mansa trabalhou como fotógrafo e como vendedor de rua. Em 1979 foi para Belo Horizonte, onde trabalhou como policial por 2 anos. Em 1981 passou a residir em Salvador, onde começou a organizar uma escola, a GCAP (Grupo Capoeira de Angola Pelourinho), juntamente com Mestre Moraes .

Durante seus últimos anos de atuação na GCAP, os Mestres Cobrinha e Moraes tiveram divergências na gestão da escola. Ao final Mestre Cobrinha e vários outros integrantes saíram do GCAP, passando a integrar a FICA. Graças a um convite da Aussar Auset Society, Mestre Cobrinha mudou-se para os Estados Unidos, onde abriu uma escola em Washington DC, em 1994. Posteriormente ele começou a atuar como professor adjunto na George Washington University, e também presidiu a recém fundada FICA. Em 2004 ele deixou os EUA e voltou a residir em Salvador, no Brasil, criando o Kilombo Tenonde, organização que atualmente conta com duas sedes, sendo uma em Salvador e a outra em Valença, região sul da Bahia. O Quilombo Tenonde atua no ensino e divulgação da Capoeira e no desenvolvimento de projetos de agricultura orgânica .

Os nomes de roda Cobra Mansa e Cobrinha foram adotados por conta do estilo de luta e jogo deste mestre. Sua habilidade para introduzir inovações e movimentos acrobáticos o transformou no mais influente Angoleiro (praticante de Capoeira de Angola) da sua geração. Cobra Mansa nunca tentou colocar a Capoeira de Angola acima da Capoeira Regional, sempre destacando a complexidade desta última. Ele sempre buscou manter contato com capoeiristas e rodas de capoeiristas regionais, e deu grande contribuição para resolver antigas rixas entre os adeptos dos dois estilos. Com essa postura ele tornou-se respeitado por capoeiristas dos dois estilos e permanece como um modelo para os capoeiristas mais jovens1 .
Mestre Cobrinha é renomado como um grande mestre da Capoeira de Angola, respeitado por seu profundo conhecimento da arte da Capoeira e por sua atuação como professor, na qual sempre procurou divulgar a história e a cultura da Capoeira. Também é respeitado por seu estilo dinâmico e agressivo no jogo de roda1 .
Recentemente ele completou uma jornada pela região centro-oeste da África, em busca das raízes da Capoeira naquele continente. Esteve por algum tempo em Angola e Moçambique pesquisando sobre o "N'golo" e outras tradições culturais locais que tenham contribuído de alguma forma, no passado, para o desenvolvimento da Capoeira .

Mestre Moraes


Pedro Moraes Trindade (Ilha de Maré, 9 de Fevereiro de 1950) também conhecido como Mestre Moraes é um notório mestre e maior difusor da Capoeira Angola pós-Pastinha. 

Seu pai também era capoeirista praticante de Capoeira Angola. Começou a treinar por volta dos oito anos na academia de Mestre Pastinha que já cego e sem dar aula, passou o controle da academia para seus alunos. Moraes foi aluno de João Grande, que junto de João Pequeno eram grandes discípulos de Pastinha. 

Por volta dos anos 80, na intenção de preservar e transmitir os ensinamentos de seus mestres, fundou o GCAP - Grupo de Capoeira Angola Pelourinho - na tentativa de resgatar a filosofia da capoeira em suas raízes africanas, que havia perdido seu valor para o lado comercial das artes-marciais. 

Atualmente vive em Salvador, Bahia e divide seu tempo entre lecionar Inglês e Português numa escola pública, e presidir os projetos culturais da GCAP. 


Fonte: http://pt.wikipedia.org

Mestre Eziquiel

Eziquiel Martins Marinho, conhecido na Capoeira como Mestre Eziquiel, nasceu em 18 de outubro de 1941, em São Gonçalo dos Campos, Bahia, pertenceu a Polícia Militar, onde ministrou aulas de Capoeira.
Em meados da década de 60, foi levado pelo Mestre Sacy para Academia de Mestre Bimba, chegando motivado, bem desenvolto nos movimentos, demonstrando talento e gosto pela arte. Logo se entusiasmou pela Capoeira esporte, participando dos campeonatos, baiano, e mais tarde sagrou-se bi-campeão brasileiro em 1976 e 1977 na cidade do Rio de Janeiro, recebendo nesta oportunidade o “Troféu de Melhor Ginga”.
Participou dos Grupos Folclóricos Olodum e Olodumaré onde teve o privilégio de representar a Bahia e o Brasil em dois importantes eventos: Festival Internacional de Folclore, em Salta, na Argentina obtendo a medalha de ouro, e em Quito, no Equador. Nestas oportunidades o Grupo sagrou-se campeão de Folclore, recebendo honrosamente premiação “Huminaua de Oro”.
Inquieto e trabalhando sobremaneira pela Capoeira Regional, fundou o Grupo Luanda, cuja temática principal era preservar a metodologia utilizada por Mestre Bimba, sempre realizava os batizados, exames e formaturas aos moldes do seu mestre.
Eziquiel o “Jiquié” foi jogar Capoeira em outras “rodas” precocemente, faleceu, no dia 26 de março de 1997, e no seu enterro, amigos, alunos e capoeirista realizaram uma roda de capoeira de despedida cantando músicas de sua autoria.