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A Capoeira no MMA !


Desenvolvida pelos escravos  do continente africano, a capoeira é uma mistura de arte marcial com dança, o que faz com que muitos não vejam eficiência em sua utilização num esporte tão complexo como o MMA. Não é o que a história mostra.
Ainda nos tempos de vale tudo, o “pai do MMA”, Sidney Freitas, conhecido nas rodas de capoeira como “Mestre Hulk”, chocou os fãs de luta ao nocautear rapidamente o faixa-preta de jiu-jitsu Amaury Bitetti num combate realizado no ginásio do Maracanã zinho, em 1995. Já nos dias atuais, Marcus “Lelo” Aurélio fez fama com nocautes espetaculares que se tornaram virais em canais de vídeo da internet e garantiu a ele um posto no Bellator, uma das mais importantes organizações de MMA do mundo.
No UFC, principal palco do MMA, a capoeira se mostrou eficiente em momentos históricos. O paulista radicado em Minas Cezar Mutante, começou na capoeira e conquistou o título dos pesos médios do reality show The Ultimate Fighter Brasil, a primeira edição internacional do popular programa do UFC. Mutante garantiu a vaga na final com um nocaute sobre Thiago Bodão. Depois de quase pegar o oponente com uma meia-lua típica da capoeira, Cezar nocauteou o rival com uma ginga que culminou num chute rodado, explodindo contra a cabeça de Thiago. Na decisão contra Serginho Moraes, Mutante chegou perto de nocautear o rival com alguns movimentos extraídos da capoeira.
Mas a arte brasileira alcançou o ápice no MMA pelas mãos (e pés) de Anderson Silva. O campeão dos pesos médios do UFC usa o gingado da capoeira em sua movimentação, confundindo os adversários. Deste modo, Anderson abriu caminho para as duas vitórias mais representativas de sua brilhante carreira. Contra Forrest Griffin, em agosto de 2009, a capoeira ajudou Anderson a humilhar o oponente, nocauteado de modo constrangedor depois de receber diversos golpes sem saber de onde eles saíam. O derradeiro, um jab que saiu da linha da cintura, só foi possível devido à inigualável movimentação de Anderson. Com a guarda baixa e os punhos na altura da cintura, o Spider deu um passo para trás e lançou o soco, que pegou o americano vindo de encontro ao seu punho.
Outro triunfo histórico que Anderson conquistou com ajuda da capoeira foi o nocaute sobre Vitor Belfort, em fevereiro de 2011. O duelo começou nervoso e com poucas ações. Aos poucos, Silva foi se soltando e passou a se movimentar de modo irregular, mexendo os braços e pernas em direções pouco ortodoxas, como se estivesse numa roda de capoeira. O famoso chute final, frontal que atingiu em cheio o queixo de Belfort, pode ser facilmente visto em rodas de capoeira mundo afora – a ponteira, quando o praticante ergue o joelho enquanto leva os ombros para trás. Neste momento, o pé é lançado para frente e para cima e o chute sai como uma chicotada.

É claro que a capoeira não é uma arte solitária no arsenal dos lutadores de MMA. Apesar de pouco exploradas, exemplos como taekwondo, sanshou e até mesmo do sumô aparecem no octágono.










MINISTÉRIO DO ESPORTE RECONHECE A CAPOEIRA COMO ATIVIDADE DESPORTIVA.




A institucionalização da capoeira como prática desportiva foi o tema da audiência entre o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o deputado federal Vitor Paulo, do PRB, e o presidente da Confederação Brasileira de Capoeira, Gersonilto de Sousa. O presidente da confederação destacou que a capoeira já é reconhecida como expressão cultural e que pretende a afirmação da atividade como um jogo de disputa. “Muitas pessoas tem uma visão da capoeira como cultura e não a imaginam como uma forma de jogo de disputa. O que nós pensamos é que se há a junção de movimentos para a atividade corporal, ela pode ser considerada uma disputa”, disse. “A capoeira já é reconhecida como patrimônio material e imaterial do povo brasileiro pelo Ministério da Cultura e nós ainda não tínhamos afirmado essa referencia da capoeira no desporto. O Brasil se insere em 165 países do mundo pela capoeira, com representação de brasileiros no exterior ou de pessoas que vêm conhecer essa cultura e a levam para seu país”, completou o presidente da confederação. Vitor Paulo lembra que a capoeira foi criada no Brasil, há mais de 500 anos, sendo patrimônio cultural do Brasil. “A modalidade está presente em vários países, e no Brasil, não é diferente. É importante institucionalizá-la, dessa forma, vamos proporcionar o que a capoeira merece, a valorização”, finalizou o parlamentar republicano.


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